Sempre terei esperança!

Rosa Meditativa - Salvador Dali - 1958

Meus dias não têm sido fáceis, meu ano está deveras desafiador. Já completei 30, tenho um filho com 10, pais com 50. Meu médico me disse: "Ana, planeje seu 2010, deixa 2009 pra lá!" E ainda tenho esperança. Ainda? É, ainda! E ainda bem que tenho! Se não... deixa pra lá... o que importa é que tenho esperança! Morna, meio vaga-lume, ora acende, ora apaga. Pisca, mas vive!

Neste momento, para ser sincera, estou querendo fortemente acreditar que tenho esperança, preciso acreditar. Não sou idealista, como alguns que conheço. Estes se iludem, se enganam e pior, arrastam todos que o cercam para dentro deste buraco negro criado por eles, repleto de irrealidade, de faz de conta, de ideais... que na verdade sempre acabam em lugar nenhum, no escuro!

Não posso me classificar esperançosa, como muitos se classificam otimistas, ou pessimistas. Digo que tenho dentro de mim a esperança, a cultivo como uma flor, para que não morra, mas às vezes ela murcha, muita água (lágrimas), talvez, ou muito sol (euforia), quem sabe!

Tenho muito o que aprender, comigo, com os outros. Mas não quero e não vou fazer mal a ninguém. Não desejo, nem àqueles que se dizem meus inimigos, as dores pelas quais passei, e tenho passado. Nada é por acaso, dizem os otimistas... Não sou otimista... Acredito nas minhas escolhas... quando as faço por mim mesma!

"Foram-se os amores que tive

ou me tiveram

partiram

num cortejo silencioso e iluminado.

O tempo me ensinou

a não acreditar demais na morte

nem desistir da vida: cultivo

alegrias num jardim

onde estamos eu, os sonhos idos,

os velhos amores e seus segredos.

E a esperança - que rebrilha

como predrinhas de cor entre as raízes."

(Secreta Mirada, 1997 - Lya Luft)