A EaD e suas gerações
“O conceito de Educação a Distância – EaD abrange um vasto território de informações: suas características têm mais a ver com circunstâncias históricas, políticas e sociais do que com a própria modalidade de ensino.” Nara Maria Pimentel, 2006.
Após ler os diversos conceitos de Educação a Distância, compreendi que é necessário contextualizar as gerações desta modalidade de ensino afim de que ela não seja vista apenas como uma inovação tecnológica, mas sim como um processo de ensino e aprendizagem que promove interação, proximidade entre docentes e alunos e troca de opiniões e experiências, por meio de recursos tecnológicos.
A origem da palavra “tele” (de tele-ensino, também designado ensino a distância) vem do grego, que significa “ao longe”, ou no nosso caso “à distância”. A educação a distância não surgiu no vácuo, tem uma longa história de experiências, sucessos e fracassos. A sua origem remonta já longe, com as cartas de Platão e as Epístolas de São Paulo. Avançando um pouco mais no tempo, há registros e experiências de educação por correspondência iniciadas no final do século XVIII, e com largo desenvolvimento em meados do século XIX, quando instituições particulares dos Estados Unidos e da Europa forneciam cursos por correspondência, até que, após algumas décadas este tipo de educação espalhou-se pelo muno todo. A partir daí, a EaD foi mais valorizada, uma vez que surgia representada por nomes como da Universidade de Wisconsin e da Open Univesity, esta se transformou em modelo de ensino a distância.
Conforme Maia e Mattar (2007), o uso de inovações tecnológicas da comunicação para a realização da EaD passou por três gerações. A primeira (1850-1960), no final o século XIX, foi marcada pelo desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação, especialmente com o ensino por correspondência. A interação entre professor e aluno era lenta, esparsa e limitada aos períodos em que os estudantes se submetiam aos exames previstos.
A segunda geração (1960-1985) apresentou o acréscimo de novas mídias como a televisão, o rádio, as fitas de áudio e vídeo e o telefone. As duas primeiras gerações caracterizam-se pela produção e distribuição de materiais e o sancionamento e validação dos resultados da aprendizagem.
A terceira geração (1985-...) começa com a utilização do videotexto, do microcomputador, da tecnologia de multimídia, do hipertexto e de redes de computadores, caracterizando a educação a distância on-line, que temos em nossos dias.
Atualmente, dezenas de países, independente do seu grau de desenvolvimento econômico, atendem milhões de pessoas com EaD em todos os níveis. No Brasil, a EaD segue o movimento internacional. O país desenvolveu diversos programas de EaD, destaco: Rádio Escola (1923), Rádio Monitor (1939), Instituto Universal Brasileiro (1941), A voz da Professia (1943), Senac, Sesc e Universidade do Ar (1947), Projeto Saci (1967), Telecurso (1977), Mobral (1979), TV Escola (1996). Em 2005, o Ministério da Educação criou a Universidade Aberta (UAB), um projeto que no início priorizou a capacitação de professores da educação básica. Hoje, a Universidade Aberta do Brasil é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação a distância.
Enfim, como podemos ver a EaD ainda está dando seus primeiros passos, passos largos digamos, e muito ainda temos por fazer. De acordo com Belloni (2001), a Educação a Distância tem muito a contribuir para a formação continuada e muito a favorecer as relações sociais dos cidadãos.
BIBLIOGRAFIA
PIMENTEL, N. M. Educação a Distância. Florianópolis; SEAD/UFSC, 2006
MAGALHÃES, M.B. H. & RIBEIRO, R. A. L. Educação a Distância: um avanço no Sistema Educacional. UBERABA; UFTM (http://www.uftm.edu.br), 2010.
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